Compra de móveis planejados requer cuidados

Arquitetos e designers de interiores são unânimes ao indicá-los. Casais que acabaram de adquirir o imóvel sonham em tê-los por todos os ambientes. A família que busca mais espaço no apartamento também planeja comprá-los.

Móveis planejados já viraram tendência em projetos residenciais e corporativos. De acordo com o último estudo desenvolvido pelo IEMI Inteligência de Mercado, que realiza pesquisas e indicadores dos principais setores da economia, o segmento registrou, ao final de 2014, aproximadamente 13,4 bilhões de reais em vendas. “É um número bastante expressivo neste modelo de negócios”, corrobora Cezar Santos, supervisor comercial da Casallegro Móveis Planejados, de Sorocaba (SP). Mas por que as pessoas estão recorrendo a este tipo de mobiliário?

A resposta pode ser resumida em uma palavra: otimização. A configuração urbana está sendo caracterizada, cada vez mais, por empreendimentos verticais. É a chamada “verticalização das cidades”, que cresceu junto com o avanço das construtoras e incorporadoras. Basta uma caminhada pelas principais ruas e avenidas para constatar a presença maciça dos edifícios. E com apartamentos e lofts cada vez mais reduzidos, há que se aproveitar da melhor forma cada espaço.

O desafio, porém, está na contratação de boas empresas. O Procon-SP tem recebido diversas queixas de consumidores devido à má prestação do serviço, sobretudo por conta de erros e atrasos no planejamento e execução dos projetos. Cezar recorda uma ferramenta eficaz que o cliente pode consultar antes de contratar uma loja. “O site Reclame Aqui traz reclamações de clientes e a reputação do referido fornecedor. Se a empresa age de má fé, é muito provável que esteja ali. Além disso, é importantíssima a consulta ao site do Procon-SP, que traz um Cadastro de Reclamações Fundamentadas”, indica o supervisor.

Indicação
Uma das principais formas de se evitar problemas na contratação de uma empresa é sondar a opinião de outros clientes que solicitaram o serviço. “Procurar indicações de amigos e conhecidos que adquiriram móveis planejados e foram bem atendidos é uma excelente alternativa. Boa parte do público que nos procura é fruto de indicações de clientes atendidos e satisfeitos com a compra em nossa empresa”, revelou Cezar.

‘Ofertas imperdíveis’
Tratando-se de móveis planejados, a premissa de que o barato pode sair caro é verdadeira. Desconfie de ofertas mirabolantes e prazos de entrega muito curtos. “É importante não se empolgar e raciocinar com calma. Às vezes, a ansiedade de ter o apartamento mobiliado leva a pessoa a fechar negócio com qualquer loja. Levante o histórico da empresa na internet e procure a opinião de outros consumidores que adquiriam seus produtos. Verifique, ainda, se a empresa consta em algum site de reclamações ou se tem problemas na Justiça.”

Matéria-prima
Fique atento às inovações tecnológicas e variedade de materiais que o mercado oferece. A matéria-prima é imprescindível na qualidade do projeto. “Cerca de 80% das queixas de consumidores que contratam lojas de móveis planejados é sobre a má qualidade do material. O preço nem sempre fala mais alto. É preciso se atentar à espessura e tipo de madeira, onde é produzida e o cuidado que a empresa tem com a montagem e acabamento.”

De acordo com Cezar, móveis em MDF tendem a durar por mais tempo. “MDF é uma sigla em inglês que significa ‘Medium Density Fiberboard’ que, traduzindo para o português, quer dizer ‘chapa de fibra de madeira de média densidade’. O material apresenta grande resistência e não sofre com a variação de temperatura. Além disso, o fato de ser um painel de fibras não orientadas permite que seja cortado em qualquer sentido, conferindo mais flexibilidade e dinamismo aos projetos. Outra vantagem é que se trata de um material ecologicamente correto, pois é produzido com madeira reflorestada.”

Terceirização do serviço
Atualmente, praticamente todas as empresas possuem mão de obra própria. Porém, algumas ainda insistem em contratar profissionais terceirizados para realizar o trabalho de projeto, produção e montagem. A medida, evidentemente, está atrelada à redução de custos, porém, em detrimento à qualidade final do produto, conforme explica o supervisor da Casallegro Móveis Planejados. “Existem no mercado muitos projetistas inexperientes, fazendo com que o cliente tenha surpresas na hora da montagem. Há também escassez de mão de obra com relação aos montadores com experiência na atividade, o que, fatalmente, compromete a qualidade dos móveis. Salvo raras exceções, o montador terceirizado pode danificar o produto ao não seguir o padrão de conduta e qualidade pré-estabelecido pela empresa.”

Fabricação própria
Um dos grandes diferenciais de uma empresa de móveis planejados, segundo Cezar, é a capacidade de fabricação própria, como é o caso da Casallegro Móveis Planejados. “Existe um alto índice de franquias que fecham as portas e deixam os clientes sem os produtos. Produção própria é sinônimo de garantia de entrega, pós-venda agilizada pela localização e a segurança de comprar diretamente do fabricante”, destaca.

Assinatura do contrato e montagem dos móveis
Antes de efetivar a aquisição de um projeto, é preciso atentar-se às condições de pagamento que a loja oferece – se cabe no bolso ou não – taxas de juros da compra à prazo e o tempo de entrega dos móveis. Negocie com o vendedor a possibilidade de desconto no valor final do orçamento e seu parcelamento. “Além disso, se possível, vale a pena acompanhar o processo de montagem dos móveis e observar se o que foi acordado na loja está sendo cumprido, como espessura e dimensões das chapas, estado de conservação e cor das peças, onde serão instaladas e o acabamento.”

E se houver problemas no pós-venda?
Existem ferramentas eficazes para o cliente fazer a denúncia. O site do Procon-SP dispõe de uma seção de atendimento ao consumidor, na qual o usuário pode optar por efetuar a reclamação à distância – por telefone ou e-mail – ou pessoalmente em algum ponto de atendimento. Basta consultar o site http://www.procon.sp.gov.br e se informar.

O advogado Plauto Holtz, especialista em Direito do Consumidor, alerta que consumidores prejudicados devem procurar seus direitos. “Até para incentivar os outros a fazerem o mesmo. Contar com a ajuda de um advogado facilita o esclarecimento sobre o que deve ser feito”, orienta.

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