Mais de 19 milhões de casos de câncer são registrados apenas em 2020; oncologistas entram em alerta

Em 2021, o Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) completa 21 anos. A data tem o intuito de aumentar a conscientização sobre a doença e incentivar sua prevenção, detecção precoce e tratamento adequado. A Maple Tree Cancer Alliance – instituição que opera em 19 centros, nos Estados Unidos e no Brasil – é uma das ONGs que divulgam a data em nível mundial. No Brasil, sua representante oficial tem sede em Sorocaba.

A campanha seguirá com o tema #IAmAndIWill (#EuSoueEuVou), proposto pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). O slogan representa o poder que uma ação individual tem para influenciar o futuro. A premissa é que qualquer pessoa pode reduzir o impacto potencial do câncer na própria vida e na vida de seus entes queridos.

Apesar dos esforços, incidência de câncer segue em crescimento

Embora tenham sido registrados inúmeros avanços no conhecimento, diagnóstico e tratamento do câncer – fatores estes que devem contribuir para a redução da incidência da doença –, o número de novos casos diagnosticados a cada ano continuou aumentando.

Em todo o mundo, foram 8,1 milhões de novos casos diagnosticados em 1990. Já em 2020, esse número saltou para 19,3 milhões. O índice de óbitos também cresceu: de 5,2 milhões de pessoas foi para 10 milhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas.

Uma doença grave, mas evitável

Um ponto positivo é que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 40% das mortes por câncer são evitáveis. “Conscientizar a sociedade sobre a prevenção tornou-se um objetivo de muitas organizações em todo o mundo. O Dia Mundial do Câncer representa uma reafirmação anual deste objetivo”, analisa a doutora Alice Francisco, mastologista e dirigente da ONG Maple Tree Cancer Alliance em Sorocaba.

A vida após o diagnóstico

A luta contra o câncer é cansativa e traz uma série de efeitos colaterais ao paciente. Muitos deles, inclusive, sentem-se sobrecarregados ao lidar com a doença e com as obrigações do trabalho, estudos e casa, por exemplo.

Por isso, é essencial buscar formas de contornar as dificuldades e tornar o cotidiano mais agradável. A Maple Tree Cancer Alliance traz esta proposta aos pacientes oncológicos e acolhe-os em seu momento de maior vulnerabilidade.

“Criamos programas de exercícios individualizados e gratuitos para ajudar as pessoas com câncer durante sua recuperação”, ressalta a doutora Gabriela Filgueiras Sales, oncologista e vice-diretora da entidade. “Também oferecemos orientação nutricional para ajudar a aliviar alguns dos principais efeitos colaterais do tratamento do câncer. Nossa proposta é possibilitar ao paciente viver com qualidade.”

Câncer e a pandemia

Uma das grandes preocupações dos oncologistas neste momento de pandemia é que muitos indivíduos tendem a adiar o diagnóstico ou o tratamento do câncer, com receio de se contaminar com a Covid-19.

Porém, adiar os cuidados reduz significativamente a chance de cura. Estudo publicado no fim de 2020 pelo The British Medical Journal mostra que, a cada quatro semanas de atraso no tratamento, o risco de morte aumenta até 13%.

“Os hospitais e clínicas adotaram todos os protocolos e normas de higiene e segurança para acolher seus pacientes. Além disso, a telemedicina pode ser usada para acompanhamento e avaliação de alguns indivíduos”, esclarece a doutora Alice.

Um pouco de história

O Dia Mundial do Câncer se originou em 2000, na primeira Cúpula Mundial contra o Câncer, realizada em Paris (França). Nesta reunião, líderes de agências governamentais e organizações de todo o mundo assinaram a Carta de Paris Contra o Câncer. O documento contém 10 artigos, que propõem um compromisso global cooperativo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos e para incentivar o investimento contínuo em avanço e pesquisa, prevenção e tratamento do câncer.

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