O Google sabe de quase tudo. Quantos países existem no mundo? Como instalar um chuveiro? Adão tinha umbigo?
Só faltou chegarmos a um consenso sobre qual o segredo da felicidade.
Mas, de acordo com o neurocientista Alex Korb, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), não há apenas uma resposta para essa questão. Existem, na verdade, quatro.
Pega o bloquinho de notas e vem com a gente! 🙂
Primeiro segredo: a busca importa mais do que a descoberta.
Sabia que a vergonha e a culpa ativam os centros de prazer da sua mente? Elas estimulam os mesmos circuitos neurais que o orgulho, incluindo o córtex pré-frontal e a amídala. É por isso que, às vezes, cedemos à autocompaixão e mergulhamos em sentimentos negativos.
Preocupar-se também faz com que o cérebro se sinta bem – afinal, você está fazendo alguma coisa a respeito dos seus problemas.
O problema é que, em longo prazo, a culpa, a vergonha e a ansiedade são péssimas soluções. Aqui, entra um ponto importante: você deve se perguntar o que há de bom na sua vida.
A gratidão é maravilhosa. Ela incentiva a produção de dopamina e serotonina, da mesma forma como os antidepressivos.
Mesmo que você não encontre nada de positivo, ao menos, a busca é de grande ajuda. Ela aumenta a eficiência dos neurônios do córtex pré-frontal ventromedial, responsáveis pela inteligência emocional. Esta, por sua vez, torna mais fácil sentir gratidão pela vida.
Segundo segredo: dê nome aos sentimentos ruins.
Como você está se sentindo hoje? Triste? Ansioso? Irritado? Sonolento?
Durante um estudo denominado “Putting Feelings into Words” (“Dando nomes aos sentimentos”, em tradução livre), os participantes eram convidados a observar expressões faciais registradas em fotos. Sua amídala reagia, incitando o mesmo sentimento da imagem. Porém, ela relaxava quando cada pessoa nomeava o sentimento exibido – e quem tomava as rédeas era o córtex pré-frontal ventrolateral.
Em bom português, reconhecer uma emoção de forma consciente reduz seu impacto.
Mas não confunda com esconder seus sentimentos e jogá-los no fundo da sua mente! Visto de fora, você pode parecer calmo e tranquilo. Contudo, por dentro, os neurônios do seu sistema límbico estão uma loucura.
Quando se sentir pra baixo, experimente identificar cada emoção. Você pode até usar metáforas ou números, se quiser.
De tão eficazes, estes rótulos são usados até pelo FBI, durante negociações com sequestradores.
Terceiro segredo: tome decisões.
Você tem uma dúvida corroendo sua paz de espírito? Pois trate de tomar uma decisão.
Solucionar dilemas e definir objetivos é uma forma de ativar o córtex pré-frontal, reduzindo sua ansiedade e suas preocupações. A ação também acalma o sistema límbico e o corpo estriado. Sem isso, você se deixa levar por maus hábitos e impulsos negativos.
Tente tomar uma decisão que seja boa o suficiente. Ela não precisa ser a melhor possível: você deve reconhecer que “bom o bastante” é, quase sempre, bom o bastante.
Quando você se decidir, seu cérebro se sentirá no controle da situação, reduzindo o estresse e aumentando o bem-estar. Isso nos leva a outro ponto: quando você estabelece uma meta e consegue alcançá-la, se sentirá muito melhor do que se o resultado positivo acontecesse por acaso.
Quarto segredo: contato.
Nós somos seres sociáveis. Precisamos de amor e aceitação. Quando não somos apreciados, o resultado pode ser doloroso – inclusive fisicamente.
Para o seu cérebro, a rejeição dói tanto quanto uma perna quebrada. Ambos estimulam a ínsula e a parte frontal do córtex cingulado.
Além de nutrir bons relacionamentos, é essencial manter contato humano com quem você ama. É ele quem libera a oxitocina, conhecido como “hormônio do amor”. Apertos de mão, abraços, tapinhas nas costas: tudo isso ajuda você a se sentir querido.
Para amenizar situações dolorosas – de qualquer espécie –, segurar mãos é uma ótima ideia. Ainda mais se forem as mãos de alguém que você ama.
E, se você não tiver a quem abraçar… agende uma massagem! É comprovado que ela aumenta em mais de 30% seus níveis de serotonina; reduz o estresse; melhora a quantidade de dopamina no seu cérebro; libera endorfinas, que diminuem as dores; e até rendem uma noite melhor de sono.
Bater papo pelo WhatsApp não é suficiente. Marque um encontro com seus amigos ou com sua família. 🙂
(Com informações de The Ladders)