Já que os homens gostam de colocar os músculos em ação, este Novembro Azul é uma boa oportunidade para estimular a prática regular dos exercícios que desenvolvem a força muscular. Se associado às atividades aeróbicas, este hábito pode reduzir em até 28% o risco de morte por câncer, de acordo com estudo publicado no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity.
Os autores do trabalho científico fizeram uma revisão sistemática de estudos epidemiológicos sobre o tema e concluíram que fazer exercícios como prancha, agachamento e remada diminui em 14% a mortalidade pela doença. Já quando eles são combinados com outros do tipo aeróbico, o benefício é ainda melhor: são 28% menos óbitos.
A verdade é que a prática regular de atividade física contribui para a redução dos riscos de diversas doenças, conforme explica a doutora Gabriela Filgueiras Sales, oncologista e vice-diretora da Maple Tree Brasil. A novidade do estudo foi a identificação mais precisa do tipo de exercício que proporcionaria melhor resultado.
Estudo nacional
Outro estudo – este, desenvolvido na Unifesp, com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Harvard (Estados Unidos), Universidade Internacional de Valência (Espanha), Universidade Pública de Navarra (Espanha) e Universidade de Santiago (Chile) – reforçou que a atividade física em geral reduz o risco de sete tipos de câncer: mama, cólon, endométrio, estômago, esôfago, rim e bexiga.
Essa pesquisa vem ao encontro das orientações da Organização Mundial da Saúde, que recomenda a prática de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana, ou de 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa (ou uma combinação equivalente de intensidades). Também são indicados exercícios de fortalecimento duas vezes por semana.
ONG internacional voltada exatamente a esse propósito
A ONG Maple Tree Cancer Alliance tem seu foco nos estudos e no incentivo à nutrição adequada e aos exercícios físicos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos. A entidade tem abrangência internacional e, no Brasil, sua sede encontra-se na cidade de Sorocaba.
“Criamos programas de exercícios individualizados e gratuitos para ajudar as pessoas com câncer durante sua recuperação”, ressalta a doutora Gabriela.
A presidente da entidade no país, doutora Alice Francisco, detalha que um programa de exercícios físicos deve ser elaborado por profissionais da área, em conjunto com oncologistas clínicos, levando em consideração o estilo de vida do paciente antes da doença e seus limites diante da nova realidade. Somente assim, ele se tornará seguro, eficaz e agradável. Em outras palavras, “a prática de atividades deve ser adaptada aos interesses e necessidades de cada um”, reforça.
Como fonte de recursos para subsidiar suas ações no país, a entidade possui o curso “Exercício Físico no Paciente Oncológico”, ministrado pela equipe da Maple Tree Brasil e convidados. Ele foi apresentado ao vivo nos meses de março e abril de 2020 e, agora, está disponível pela plataforma Hotmart.
Trata-se de um conteúdo destinado a profissionais da área da saúde. Ele traz a condução de intervenções de exercício físico para pacientes oncológicos e é dividido em três módulos – Básico em Oncologia, Câncer de Mama e Câncer de Próstata. Em seu conteúdo programático, são abordados os possíveis efeitos frente à prática regular do exercício em relação ao risco de desenvolvimento ou recidiva do câncer.
A compra pode ser feita via https://bit.ly/CursoOnlineMaple. Toda a renda arrecadada é revertida para a manutenção e expansão dos atendimentos da Maple Tree Brasil.
Depoimento de um paciente
Foi o resultado alterado de um exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) que despertou a preocupação do sorocabano João Batista de Oliveira, na época, com 60 anos. “Sua concentração no sangue havia subido muito rapidamente”, relembra. “O tumor foi detectado após uma biópsia.”
A seguir, em janeiro de 2016, seu médico o encaminhou à cirurgia de prostatectomia radical (isto é, retirada total da próstata), para conter o avanço da doença. “Em abril do mesmo ano, foi constatada metástase óssea”, comenta João. “Juntamente a exames de imagem, fiz tratamentos de radioterapia e, até hoje, quimioterapia.”
Ele explica que já costumava praticar esportes, mas a orientação dos profissionais da Maple Tree trouxe ainda mais benefícios: “Senti ganho de força nas pernas e braços”. O paciente também comemora as melhorias sentidas na parte psicológica – além de socializar com mais frequência, ele também aprecia o fato de ter uma rotina para cuidar de si. “Faço, inclusive, acompanhamento com nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta, endocrinologista, entre outros.”