Reabilitação é parte fundamental do tratamento de crianças com câncer

Pular corda, brincar de pega-pega, apostar corrida – entre outras brincadeiras típicas da infância – são fundamentais para as crianças desenvolverem laços sociais; fortalecerem seus músculos e ossos e trabalharem a disciplina, a concentração e a coordenação motora. Porém, para os pacientes diagnosticados com câncer ainda em tenra idade, a realidade é diferente: tanto a doença quanto seu tratamento podem ter efeitos físicos debilitantes, que desestimulam a movimentação do corpo.

É aí que entra o importante papel da reabilitação. “Pode parecer que câncer e exercícios físicos não combinam – mas, na realidade, isto é algo que pode salvar vidas”, explica a mastologista Alice Francisco, dirigente da ONG Maple Tree Cancer Alliance no Brasil. “Apesar de os jovens pacientes apresentarem grandes chances de cura, eles também sofrem com efeitos colaterais mais intensos e duradouros, uma vez que seu corpo está em fase de desenvolvimento.”

Anualmente, em todo o mundo, cerca de 215 mil novos casos de câncer são diagnosticados em crianças com menos de 15 anos, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). Quando a doença é identificada logo nos seus estágios iniciais, há uma taxa de 80% de sobrevida, em média.

“A reabilitação é uma forma de recuperar e preservar as funções motoras, assim como amenizar os sintomas provocados pela doença”, diz Alice. Segundo a oncologista, este foi o ponto de partida para o desenvolvimento do programa Maple Kids, que tem como objetivo auxiliar na recuperação de crianças e adolescentes, com idades entre 5 e 12 anos, atendidos pelo Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil). “A unidade de Sorocaba (SP) foi a primeira, entre as outras 50 nos EUA e Brasil, a oferecer esta atividade de forma presencial.”

Alice prossegue: “As sessões são adaptadas a cada paciente, de acordo com a doença diagnosticada e o estágio em que ela se encontra, o nível de condicionamento físico atual, os efeitos adversos que o indivíduo apresenta, entre outros aspectos avaliados pelo profissional”.

Diversos estudos indicam que a prática de exercícios físicos é segura e pode ser feita durante o tratamento do câncer, desde que a pessoa não tenha restrições. Mais do que uma terapia, manter-se fisicamente ativo melhora o desempenho físico, a qualidade de vida do paciente, o equilíbrio, a circulação sanguínea, a autoestima, o humor e os relacionamentos sociais.

Contudo, um programa de exercícios físicos deve ser elaborado por profissionais da área, em conjunto com oncologistas clínicos, levando em consideração o estilo de vida do paciente antes da doença e seus limites diante da nova realidade. Somente assim, ele se tornará seguro, eficaz e agradável.

Como colaborar

Os interessados em contribuir com a manutenção dos atendimentos aos pacientes oncológicos da ONG Maple Tree Cancer Alliance Brasil podem fazer uma doação por meio do site https://mapletreebrasil.org. É possível doar valores a partir de R$ 30, por meio de PayPal, PicPay, PIX, boleto ou cartão de crédito.

Sobre a Maple Tree Brasil

No Brasil, a sede da ONG está localizada em Sorocaba. Seu pilar é o acolhimento aos pacientes oncológicos em seu momento de maior vulnerabilidade. “Criamos programas de exercícios individualizados e gratuitos para ajudar as pessoas com câncer durante sua recuperação”, ressalta a doutora Gabriela Filgueiras Sales, oncologista e vice-diretora. “Também oferecemos orientação nutricional para aliviar alguns dos principais efeitos colaterais do tratamento do câncer. Nossa proposta é possibilitar ao paciente viver com qualidade.”

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