Na contramão da crise financeira que começa a preocupar todas as camadas da população com os primeiros sinais do enfraquecimento de importantes setores e da queda de indicadores econômicos, o segmento de cartões e meios eletrônicos de pagamento segue em franca expansão, sem sentir os efeitos negativos e, mais do que isso, sem temê-los no futuro.
Serviços como os sistemas de gestão de frotas, por exemplo, veem o atual panorama como combustível para impulsionar os negócios. “O mercado não para, não tem tempo ruim”, explica Vanderlei Silva, CEO da Foco Group, desenvolvedora de sistemas especializada em meios de pagamento e proprietária da Bandeira Mais Aceito. “É na hora da crise que as empresas precisam aprimorar seus processos e controles”, acrescenta.
São dois fatores os principais responsáveis pela blindagem a esse nicho: a vasta gama de serviços, dependente exclusivamente da tecnologia, e a abrangência dos mesmos. As formas eletrônicas de pagamento estão por toda parte, em locais que a população precisa frequentar para atender às suas necessidades básicas, mesmo em tempos de crise.
Diante deste cenário, segundo Silva, o percentual de valor gasto pelo uso de meios eletrônicos não para de aumentar. No caso da Foco Group, que oferece soluções corporativas muito além do meio de pagamento – voltadas à gestão e ao controle dos gastos -, a projeção otimista vem se confirmando com os recentes negócios já fechados e outras negociações em andamento.
Indiretamente, a crise atua como um fator positivo, uma vez que potencializa as diversas ferramentas de gestão de recursos proporcionadas pelos meios eletrônicos de pagamento oferecidos pela empresa, como o controle dos gastos com combustível, as irregularidades e os reparos na frota de veículos. “A demanda pelo controle de gastos aumenta em épocas de crise e fazê-lo eletronicamente é muito mais fácil, prático e seguro”, defende Silva, que complementa: “A dificuldade é maior em controlar tais despesas com o cheque, papel moeda ou por meios eletrônicos que não tenham função de controle”.
Com quase duas décadas de experiência no ramo, Vanderlei Silva faz um alerta para o único risco real deste momento adverso. Para ele, apostar em somente um foco e dominar apenas uma tecnologia, utilizando-a sem a devida análise de mercado, pode impedir a quebra de barreiras culturais e até mesmo de infraestrutura – no caso do Brasil, muito precária, diversificada e complexa – durante seu processo de consolidação.