A educação infantil italiana ganhou destaque na palestra “O Protagonismo Infantil – Uma Abordagem Educativa”, promovida pela educadora e presidente do Fundo Social de Solidariedade (FSS), Maria Inês Pannunzio, na noite de quarta-feira (24), na unidade Portal do Objetivo Sorocaba.
Na ocasião, Maria Inês compartilhou com docentes e profissionais de ensino suas experiências educacionais na cidade de Reggio Emilia, situada ao norte da Itália. A abordagem italiana para educação infantil é considerada uma das melhores do mundo e serve de modelo para muitas instituições de ensino. Por meio dela, a criança é tida como protagonista de sua própria história, ficando livre para criar e explorar seus potenciais criativos.
Nas creches de Reggio Emilia, o tempo não é dividido por disciplinas ou atividades. Lista de habilidades a desenvolver também não faz parte da rotina. Não há cobrança por aprendizado ou amadurecimento, pois a regra é respeitar o tempo da criança e deixá-la ser o que é, da forma mais natural possível. “O aluno é encarado como um indivíduo competente e curioso, sociável e forte, ativamente engajado na criação de experiências e na construção de sua própria identidade”, afirma a educadora.
A participação da família na escola também é intensa. “Os pais ajudam os professores a desenvolver projetos e atividades lúdicas, além de sugerir melhorias no processo educacional”. Segundo a presidente do FSS, no modelo escolar italiano, não há brinquedos previamente fabricados; as crianças são estimuladas a produzirem seus próprios jogos com materiais alternativos como madeira, fios de lã, areia, botões de camisa, rolhas de garrafas e até macarrão. “O conceito de sustentabilidade é levado muito a sério por lá”, conta.
Por fim, Maria Inês ressalta que, no município italiano, a curiosidade e os questionamentos de todos têm valor e são decisivos na escolha dos temas dos projetos de ensino. “Eles surgem da fala dos pequenos, registrada atentamente pelos professores e estudada pela equipe pedagógica. É o modelo ideal de interação entre aluno, família e instituição de ensino”, conclui.