A utilização de cavalos como recurso terapêutico para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência ou de necessidades especiais não é novidade. Contudo, a equoterapia, como é denominada, já está sendo considerada como método válido e complementar para a recuperação de dependentes químicos.
O Instituto Plenitude Clínica de Reabilitação, localizado em Itu (SP), iniciou os estudos para incorporar a terapêutica em seus programas. “Andar a cavalo, um animal de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade, importantíssimos para a aquisição de autoconfiança e autoestima”, afirma Leila Maria Catapani, que já atuou na Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, na Coordenação de Políticas sobre Drogas, e atualmente é coordenadora terapêutica do Instituto Plenitude, localizado em Itu (SP).
O uso do cavalo como forma de terapia data de 400 a.C. quando Hipócrates utilizou-se do cavalo para regenerar a saúde dos seus pacientes. Em 1969, Associação Americana de Hipoterapia para Deficientes (NARHA) começou a difundir o método na América do Norte. Na Europa, a técnica era conhecida desde a década de 40.
No Brasil, a equoterapia ganhou força a partir dos anos 70, quando foi criada a ANDE-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia). Em 1997 a Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitacional e o Conselho Federal de Medicina reconheceram a técnica como método terapêutico.
O cavalo é utilizado como recurso terapêutico, ou seja, instrumento de trabalho, porque seus movimentos rítmicos, precisos e tridimensionais pode ser comparado com a ação da pelve humana no andar, permitindo a todo instante entradas sensoriais em forma de propriocepção (termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais), estimulações vestibular, olfativa, visual e auditiva.
Segundo a coordenadora terapêutica, do Instituto Plenitude, a entidade prevê adotar a equoterapia. Serão atendimentos semanais com duração de cinquenta minutos e acompanhados por uma equipe multiprofissional, que deverá ser composta por duas psicólogas, uma fisioterapeuta e um educador físico. “Já temos um projeto nessa área, que deverá ser implantado em breve”, revela.
“Com essa iniciativa pretendemos oferecer mais um recurso que contribua à reabilitação e reinserção do paciente na sociedade, além de ajudá-lo na recuperação da autoestima, autonomia e no restabelecimento da confiança dos seus familiares e amigos”, conclui.