Há três anos e meio, a Construtora Alavanca teve uma iniciativa inédita na cidade: adquiriu uma usina de processamento de entulhos. Desde então, mais de 14 mil metros cúbicos de materiais como pedaços de blocos de cimento e resíduos de argamassa foram convertidos em areia e pedra reaproveitáveis. O volume equivale a mais de 25 mil toneladas, ao todo.
Para se ter dimensão do volume, uma única obra (mesmo bem-administrada) gera entre sete e oito caçambas de entulho por semana. “Não prejudicarmos o meio ambiente; conseguimos uma economia de, aproximadamente, R$ 600 mil com o reaproveitamento das sobras e, também, proporcionamos melhores condições de limpeza e higiene no canteiro de obras”, revela Marcos Fialho, gerente do departamento de Engenharia da Construtora Alavanca.
A tecnologia aplicada tem atraído a atenção de outras construtoras, inclusive de bastante renome e sediadas na capital paulista. O processo não é complicado: basicamente, os entulhos são transportados por meio de dutos que ligam os pavimentos superiores da obra até a base, onde fica o moinho que tritura tudo até transformar em areia e pedra.
A areia serve para aplicação em caixas de esgoto e regularização de pisos e calçadas, por exemplo. Já a pedra é utilizada em partes não-estruturais, como lastro de concreto para caixas de esgoto, calçadas, drenos e outros serviços.
Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), são recolhidas oficialmente em torno de 33 milhões de toneladas de entulho por ano. O montante é suficiente para construir quase 500 mil casas populares de 50 metros quadrados cada. Levando em consideração o preço médio do Custo Unitário Básico (CUB) da construção no Brasil – algo em torno de R$ 1 mil –, totalizam-se cerca de R$ 26 bilhões. Este valor pode ser ainda mais alto, já que a própria Abrecon admite que a quantidade descartada é muito maior do que a oficial.