Crise financeira, pressão no trabalho, desemprego, trânsito caótico, término de um relacionamento… São inúmeras as adversidades que podem surgir no dia a dia. E é preciso saber lidar com cada uma delas, ou, do contrário, a saúde poderá ser comprometida.
Estudo recente identificou uma progressão linear entre o estresse psicológico e danos à artéria carótida do coração. O estudo Whitehall, realizado no Reino Unido, apontou que diferentes tipos de estresse tendem a se agrupar e, quando o fazem, o risco de eventos cardíacos é substancialmente elevado.
“Estresse agudo pode provocar alterações circulatórias, como aumento da pressão e uma redução do fluxo sanguíneo para o coração, além de poder fazê-lo bater de forma irregular. Estas alterações levam ao aumento do risco de o indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares ou desencadear eventos como infarto do miocárdio e AVC em pacientes predispostos”, apontou o cardiologista Fábio Lourenço Moraes.
Ainda de acordo com o especialista, viver uma vida estressante pode levar as pessoas a adotarem hábitos nocivos à saúde, como fumar e comer mal, que por sua vez são fatores de risco para o coração. “A ansiedade provocada pelo estresse pode alterar o comportamento da pessoa e levá-la a comer em excesso ou incorretamente (causando obesidade e colesterol alto), a fumar (tabagismo) e ao sedentarismo (falta de atividades físicas), todos fatores de risco para doenças cardiovasculares”, alertou o médico.
Uma situação estressante pode desencadear, ainda, uma série de eventos no organismo. “O indivíduo que fica constantemente estressado perde o controle de suas emoções, torna-se uma pessoa irritada e com a memória comprometida. Ironicamente, estresse em excesso leva justamente a ocorrências estressantes, criando um círculo vicioso, nocivo ao organismo.”
Segundo o médico, não existem fórmulas prontas para se prevenir. “Encarar os problemas com mais leveza é a melhor forma de manter o coração saudável e feliz. Acompanhamento psicológico para aqueles com dificuldade excessiva de lidar com situações estressantes e a prática de atividades físicas também ajudam”, indica o cardiologista.