A busca pelo corpo ideal tem atraído cada vez mais pessoas ao consultório médico. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Ainda segundo a entidade, realizam-se, em média, 1,5 milhão de procedimentos ao ano. A proximidade do inverno eleva em até 60% a procura porque, entre outros motivos, o período favorece o pós-operatório.
Aumento de mama, lipoaspiração e abdominoplastia são os procedimentos mais procurados por elas. Porém, pesquisas recentes mostram que os homens vêm deixando de lado os tabus e estão, cada vez mais, recorrendo às intervenções.
A cirurgiã plástica Mariana Freire, membro da SBCP, recorda que, antes de se submeter a um procedimento estético, o paciente precisa fazer uma série de exames para comprovar que sua saúde está em dia.
“Existem exames que são mais específicos e, de acordo com a anamnese do médico, vamos indicando quais testes complementares são necessários. É muito importante que o paciente tenha peso adequado, mantenha hábitos de alimentação saudáveis e não fume – o cigarro é um inimigo da cicatrização, além de outras complicações que ele pode provocar nas fases de intra e pós operatório”, recomenda.
Segundo a especialista, se o paciente tem pressão alta ou diabetes, é de extrema importância que estas doenças estejam sob controle, inclusive com liberação do médico endocrinologista e cardiologista. “A ideia é garantir o máximo de segurança durante e após a cirurgia. É essencial que, no dia anterior ao procedimento, evite-se ingerir bebidas alcoólicas e alimentos muito gordurosos.”
Mariana alerta que pacientes com doenças graves e de difícil controle não devem se submeter a cirurgias plásticas. “Em geral, elas são indicadas a pessoas com mais de 18 anos de idade. As exceções são, por exemplo, o adolescente que sofre com orelhas de abano: este pode ter uma indicação mais precoce, devido aos estigmas a que está sujeito e à repercussão no seu estado psicológico”, diz.
A médica acrescenta que, entre os grupos de risco, estão obesos, pacientes com cardiopatia grave, diabetes de difícil controle, doenças com distúrbios de coagulação e portadores de doenças autoimunes sem tratamento e seguimento adequados. “Para estes, a cirurgia plástica não é indicada”, enfatiza.
Pós-operatório
O período pós-operatório é de extrema importância para o sucesso da cirurgia, afirma a médica. Em média, o paciente deve permanecer em repouso com retorno gradual de suas atividades por um período de 30 dias. Cirurgias maiores podem exigir até mais tempo, como a cruroplastia (retirada do excesso de pele e gordura das coxas), braquioplastia (redução do excesso de pele e gordura entre a axila e o cotovelo) e lipoabdominoplastia (combinação de retirada da gordura localizada e do excesso de pele).
Já cirurgias como lipoaspiração e inclusão de próteses mamárias demandam um tempo menor de recuperação. A complexidade, a área descolada, a quantidade de pontos e tamanho das cicatrizes são fatores que influenciam no período de repouso necessário.
“É fundamental ouvir seu médico. O retorno à academia ocorre, geralmente, após 40 a 60 dias, sobretudo para atividades como corrida e musculação”, pontua a cirurgiã plástica.
Mariana esclarece que, para um bom pós-operatório, é necessário acompanhamento médico regular; estar atento às recomendações dadas; manter uma dieta saudável rica em verduras, frutas e proteínas e com baixo teor de sódio, gorduras e açúcares; fazer drenagem linfática com fisioterapeuta dermatofuncional no primeiro mês de pós-operatório; beber de dois a três litros de água por dia; não ficar muito tempo deitado; caminhar devagar e usar a meia compressiva de sete até 10 dias.
“Todos esses cuidados favorecerão o sucesso do procedimento. Lembrando que as restrições são temporárias, mas o bem-estar e autoestima alcançadas perdurarão por muitos anos.”