A grande maioria dos órgãos do corpo humano funciona de forma satisfatória durante muitas décadas. Salvo algumas exceções, o fígado, os rins e o coração, por exemplo, exercem sua função sem maiores surpresas ao longo da vida.
Por que, então, o mesmo não se aplica aos olhos?
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 12% das crianças em idade escolar e pré-escolar precisam de óculos.
Alguns pesquisadores especulam que problemas de visão podem estar associados a infecções que comprometeram o desenvolvimento da criança. Entretanto, esta teoria contraria o fato de que, entre crianças superdotadas, a incidência de miopia é quatro vezes maior do que nos demais jovens da mesma faixa etária.
Outros cientistas presumem que, ao usarmos métodos corretivos para a visão, “driblamos” a seleção natural. Assim, mesmo quem estivesse em desvantagem reprodutiva poderia ter descendentes. Porém, esta é uma hipótese muito superficial: trataríamos de questões evolutivas num curto espaço de tempo.
Uma terceira suposição aborda o fato de que, ao viver em ambientes modernos e que em nada remetem aos tempos das cavernas, o homem do século XXI pode estar se desenvolvendo de formas diferentes.
As alergias, por exemplo, têm vínculo com nossos bons hábitos de higiene. Quando nosso sistema imunológico não tem patógenos o suficiente para combater, sua precisão é reduzida e ele passa a atacar alvos inofensivos, como o pólen.
Em estudo, observaram-se os diagnósticos de miopia entre 628 crianças de Singapura e 124 moradoras de Sidnei. As primeiras tendiam a passar mais tempo dentro de casa – e, curiosamente, 29% delas tinham problemas de visão. Já entre as últimas, somente 3% precisavam de óculos ou outros tratamentos.
(Com informações do Psychology Today)