Antes de tudo, e para que não cause nenhum desvio de interpretação, sou absolutamente contrário às assim chamadas “fake news”.
Na verdade, já discordo da denominação “fake news”. Parece-me que se tornou conveniente demais e se ateve às questões ideológicas.
O xis da questão é como definir o que são e o que não são fake news, porque o problema vai muito além de notícias falsas.
E a indução ao erro, onde é que fica?
Afinal, quem sabe o poder da comunicação conhece o efeito que causa a dubiedade das palavras, as expressões faciais de um âncora da televisão ou o tom de voz de um locutor de rádio.
Vamos além, adentrando no meio corporativo. Quais consequências poderão advir de um texto incorreto ou incompleto, que um consumidor, mal intencionado, use como argumento, baseando-se nessa possível Lei das Fake News?
O pior é tentar imaginar que o cargo responsável por arbitrar o que são ou não são fake news nas redes sociais deterá um poder absurdo de censurar toda e qualquer publicação que considere como tal. Isso tornará o seu ocupante uma das pessoas mais poderosas do país.
Para finalizar, até endossando o que escrevi no começo, sou totalmente favorável a só divulgar fatos verídicos, assim como considero que quem calunia, difama ou injuria outra pessoa ou instituição deve ser responsabilizado por essa conduta – e estas leis, aliás, já existem.
Portanto, pra que querer reinventar a roda, com o claro risco de se criar uma versão quadrada da mesma?