Até o fim do século passado, chegar aos 40 era, para a maioria das pessoas, um pesadelo. As temidas ruguinhas invadiam o rosto e a flacidez muscular se tornava evidente. Desde então, as gerações aprenderam que cuidar da alimentação e praticar atividade física são armas eficazes para jogar esses sinais do tempo lá para a frente.
Com isso, cresceu consideravelmente o número de pessoas que celebram seus 40 anos de vida. “A procura por comemorações do gênero tem sido cada vez maior nos últimos doze meses”, conta Marcos Atalla, sócio do La Doc Reserva, espaço criado para receber encontros sociais, familiares e corporativos e localizado ao lado do tradicional restaurante sorocabano de mesmo nome.
A pele aos 40
A dermatologista Lilian Braga explica que o processo de envelhecimento começa entre os 20 e 25 anos, com a perda das fibras de colágeno e elastina em todo o corpo. Dependendo da genética e do estilo de vida, a mudança acontece com mais rapidez.
“O tabagismo, a frequente exposição ao sol, o sedentarismo e a má alimentação aceleram o desgaste do corpo, fazendo com que as marcas do tempo fiquem ainda mais perceptíveis”, explica.
Nas mulheres, as alterações mais visíveis são o aprofundamento das linhas de expressão, a perda do tônus muscular do pescoço, a flacidez nos braços e nas pernas e o aumento das gorduras localizadas. Já os homens sofrem com o ganho de peso, a queda de cabelo e a perda de resistência física.
“Antigamente, quem passava dos 40 era considerado quase um idoso”, continua a especialista. “Porém, graças aos cuidados atuais, como o uso do protetor solar, a prática de exercícios e as dietas regradas, chegar a esse marco da vida é estar na flor da idade”, garante.
Plástica é coadjuvante
O bisturi também entra como coadjuvante no tratamento antienvelhecimento. Para o cirurgião plástico Eduardo Braga, os procedimentos desse tipo estão mais difundidos entre a população, que, felizmente, está vivendo mais.
É claro que os métodos dermatológicos preventivos e os pequenos reparos feitos pela cirurgia plástica são de grande ajuda. “Atualmente, as pessoas bonitas, bem cuidadas e saudáveis são regra, e não mais exceção”, assegura.
A psique também muda
Não é apenas o corpo que sofre a metamorfose com o passar dos anos. O psicológico também passa por transformações bastante claras, como indica o professor-doutor em psicologia Airton Munhoz.
“Esta etapa marca a transição entre a fase de construção do indivíduo e a reflexão da sua trajetória. Porém, se existirem falhas nessa estruturação, pode surgir a famosa crise da maturidade”, alerta.
Segundo Airton, autoconhecimento é crucial para digerir esse momento, pois aproveitar as novas oportunidades que a vida proporciona exige experiência. “Precisamos fazer da idade um amplo caminho de possibilidades”, ensina. “O importante é cuidar do corpo e da mente para encontrar a felicidade dentro de si”, finaliza.