Em 1770, o prodígio musical Wolfgang Amadeus Mozart, então com apenas 14 anos, fez uma visita à Capela Sistina, em Roma. Ele estava impressionado, é claro, com a arquitetura majestosa e as inconfundíveis cenas pintadas por Michelangelo no teto da capela. Mas o que realmente capturou sua atenção foi o “Miserere Mei, Deus”, uma peça do compositor italiano Gregorio Allegri, que, por decreto papal, só podia ser executada dentro daquelas paredes e cujas partituras eram guardadas a sete chaves.
Após ouvi-la uma única vez, o jovem Mozart, com sua memória ímpar, conseguiu transcrevê-la quase perfeitamente. A música tinha cerca de 15 minutos e era composta para nove vozes. Esse feito chegou aos ouvidos do Papa Clemente XIV. Em vez de punir o jovem pelo ato audacioso, o pontífice reconheceu seu talento extraordinário, chamou-o para uma audiência privada e o homenageou com uma medalha.