O Dia Mundial do Acupunturista, comemorado em 23 de março, é uma forma de reconhecer a importância desses profissionais que trazem tantos benefícios para a saúde humana. A acupuntura foi introduzida no SUS em 2006, com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), após a Organização Mundial da Saúde estimular diversos países a aderir às práticas medicinais chinesas em seu sistema público de saúde.
Trazida ao Brasil por imigrantes japoneses no começo do século passado, a acupuntura surgiu na China há mais de cinco mil anos. Na década de 70, diversos estudos comprobatórios serviram para certificar que ela é uma técnica benéfica e eficaz no tratamento de diversas dores e enfermidades.
O médico Dorival Pedrão é titulado em acupuntura pela Sociedade Brasileira de Medicina Acupunturista e pelo Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, além de ter especialização na República Popular da China. Ele também faz parte do corpo clínico da Unimed Sorocaba e conta que, desde 1995, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a acupuntura como especialidade médica – que deve, em sua opinião, ser considerada como integrativa.
“Gosto de destacar que ela não é e nunca será substitutiva. Aliás, cada vez mais a medicina, como um todo, integra várias subespecialidades e utiliza-se da acupuntura para proporcionar a cura ou um maior conforto ao paciente”, reforça o doutor Pedrão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a acupuntura pode ser aplicada no tratamento de mais de 40 doenças, como doenças crônicas, patologias musculoesqueléticas, dores, doenças pulmonares, ansiedade, depressão, enxaqueca, entre outras. “Na medicina tradicional chinesa, esse espectro chega a mais de 300 patologias”, conta o doutor Pedrão. “Porém, cada vez mais, surgem estudos indicando sua aplicação em outras patologias, as quais podem ser tratadas ou amenizadas com esta especialidade”, pontua.
Não existe contraindicação formal à acupuntura. “Porem, cada caso deve ser analisado individualmente por um médico especialista, de acordo com suas situações específicas”, alerta.
A dúvida de muitas pessoas é como uma simples agulha pode ser capaz de curar doenças ou amenizar sintomas. “A pele e os músculos estão dispostos em nosso corpo de forma estratificada. Quando se introduz uma agulha, o médico acupunturista sabe qual a profundidade e angulação necessárias para estimular exatamente as fibras musculares e os nervos necessários, para que haja a liberação de receptores de substâncias químicas produzidas no organismo”, explica. “Para cada profundidade e ângulo, temos respostas completamente diferentes.”
Por falta de conhecimento, há quem acredite que a acupuntura possa ser feita tanto com o uso de agulhas como com o de sementes de mostarda. Mas, na verdade, são técnicas diferentes. As sementes ou agulhas na aurícula (orelha) podem ser utilizadas para diagnóstico de algumas patologias ou tratamentos específicos.
“Trata-se da auriculoterapia, que consiste em estimular determinados pontos com agulhas, sementes de mostarda, pequenos magnetos ou até mesmo laser”, observa o doutor Pedrão. “Já a acupuntura é sistêmica, ou seja, pode ser aplicada em todo o corpo e só utiliza agulhas. Portanto, a auriculoterapia é um complemento à acupuntura”, define.