Depois que perceberam que, quando “zoavam” o colega nas redes sociais, eram fácil e rapidamente descobertos, os jovens encontraram uma nova ferramenta para praticar o bullying digital: o WhatsApp. Em vez das tradicionais páginas denominadas “Fora Fulano”, eles abrem grupos de conversa chamados, por exemplo, “Todos, menos Fulano”.
A engenhosidade tecnológica vai além. “Eles criaram uma série de códigos para emitir alertas”, conta o advogado Jaime Rodrigues de Almeida Neto, do Escritório Almeida Neto e Campanati. Há algumas semanas, ele foi convidado a proferir uma palestra para estudantes do Ensino Fundamental e seus pais sobre as implicações que esse tipo de conduta pode resultar.
Um desses códigos é o 190. “Quando um deles nota a aproximação de um pai ou professor, digitam 190 e, imediatamente todos param de digitar”, explica Jaime. 190 é, para quem não captou a astúcia da garotada, uma alusão ao telefone da Polícia Militar. “Vale lembrar que os pais são responsáveis pelos atos dos seus filhos e que os jovens devem saber que a internet não é, como alguns ainda dizem, uma terra de ninguém, sem regras, limites ou leis”, alerta o advogado.