As práticas de esportes diferenciados, como os treinos funcionais e o crossfit, ganham espaço nas academias. Adultos de diferentes idades buscam, por meio dos exercícios, uma vida mais saudável e a boa forma física. Entretanto, é preciso cuidado com alguns desses treinamentos.
Segundo o cardiologista Fábio Lourenço Moraes, para fazer as atividades de alta intensidade é necessária uma avaliação clínica. “É o ideal para identificar algum fator de risco que possa gerar complicações relacionadas ao exercício, como hipertensão não diagnosticada ou descontrolada; arritmias e predisposição para angina ou infarto”, explica.
O médico também alerta para os riscos que podem ser ocasionados às pessoas sedentárias ou que estão retomando as atividades físicas. Iniciar os treinos como os modismos do universo fitness, como levantamento de pneus, salto sobre grandes barreiras e abdominais invertidas, pode ser perigoso. “É preciso ficar atento”, enfatiza. “Principalmente quem já apresenta alguma doença cardiovascular ou alteração ortopédica, como artrose ou lesões na coluna lombar. O tipo de exercício pode apresentar grande intensidade na realização do esforço e desencadear uma piora de lesões ou quadros cardiovasculares graves”, enumera Fábio.
Os usuários das redes sociais que acompanham famosas como Fernanda Souza, Lizzi Benites e alguns lutadores de MMA já observaram essa turma usando um equipamento diferente para potencializar os treinos. Trata-se da máscara Elevation Training Mask, equipamento que simula as condições de altas altitudes e promete melhorar o desempenho. “Esses efeitos para a realização do esforço ocorrem pelo fato da pressão atmosférica, e não a concentração de oxigênio, ser mais baixa nesses locais, como muitos pensam”, observa Fábio. “Porém, o que acontece realmente com o uso da máscara é apenas o aumento da dificuldade para respirar.”
Na prática, a máscara nada mais faz do que dificultar a passagem do ar. A interpretação deste fato foi propagandisticamente alterada, induzindo as pessoas a acreditarem que há uma real simulação do conhecido ‘efeito altitude’. “Isto só é possível com equipamentos caros e de grande porte, existentes somente em alguns centros de treinamentos e pesquisas”, afirma o especialista.