Na noite de 30 de setembro, a Liga de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP realizou a mesa-redonda “O mês acaba, mas a prevenção continua”, em alusão ao Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre os suicídios. A abertura foi feita por Gustavo Hortelan de Melo, presidente da Liga, e pelo diretor da faculdade, professor Luiz Ferraz de Sampaio Neto.
O evento reuniu especialistas da área, como os psiquiatras Álvaro Cabral Araújo e Cristiane Cacossi Picarelli; as psicólogas Desirée Cassado e Shelley Camargo e a cantora Paula Cavalciuk, que deu seu testemunho sobre o assunto em tela.
Os temas debatidos foram o suicídio, a saúde mental do estudante e dos profissionais da saúde, o sofrimento emocional, os avanços da intervenção psicológica e a compreensão do sofrimento das outras pessoas.
A temática envolvendo o suicídio levantou pontos importantes:
- É a segunda principal causa de morte entre jovens;
- a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo;
- ao longo da vida, 17% das pessoas disseram já ter pensado seriamente em colocar fim à própria vida, sendo que 5% chegaram a, efetivamente, elaborar um plano nesse sentido e, infelizmente, 3% tentaram, de fato, se matar.
Entre as razões que podem levar uma pessoa a cogitar tirar a própria vida, estão os transtornos mentais, fatores sociodemográficos ou psicológicos e as condições clínicas incapacitantes.
Os transtornos mentais podem ser os ligados ao humor, como a depressão, por exemplo; de comportamento, decorrentes do uso de substâncias químicas; de personalidade; esquizofrenia, borderline, ansiedade, entre outros.
Quanto aos fatores sociodemográficos, sabe-se que há maior registro de tentativas de suicídio entre as mulheres, mas a letalidade é maior entre os homens; e também nos extremos dos estratos econômicos (extrema pobreza ou altíssimo poder aquisitivo); entre as pessoas que residem em áreas urbanas, desempregadas ou que vivem em isolamento social, por exemplo.
Diante de um potencial suicida, é importante ouvir atentamente e com calma o que ele tem a dizer; sempre tentar entender seus sentimentos com empatia; utilizar-se de mensagens não verbais de aceitação (como assentir com a cabeça); demonstrar afeição respeito às suas opiniões e valores e conversar honestamente.
Por outro lado, nunca se deve falar a uma pessoa nesse estado emocional frases como: “Já passei por coisa pior e estou aqui”. Também não é indicado invalidar a queixa; mostrar-se chocado ou emocionado diante da situação; interromper o relato; postergar a conversar; julgá-la ou tentar doutriná-la.