A traça do favo de mel, popularmente usada na Europa e América do Norte como isca para peixes, tem outra função bem menos conhecida. Ela é capaz de biodegradar o polietileno, um dos plásticos mais comuns dos tempos atuais.
Entre os apicultores, este inseto é considerado uma praga, uma vez que habita as colmeias e deposita ali seus ovos. As pequenas larvas se alimentam do mel, da cera de abelha e do pólen armazenados nos favos.
A espanhola Federica Bertocchini bem sabe desse problema. Enquanto limpava uma de suas colmeias, removia as traças e colocava-as sobre uma sacola. Porém, não demorou até que o plástico fosse tomado por furinhos.
O estudo
A partir desta evidência, Federica se uniu aos colegas Paolo Bombelli e Christopher Howe, do Instituto de Biomedicina e Biotecnologia de Cantabria, para conduzir um experimento científico. O trio reuniu uma centena de larvas, que foram expostas a uma sacola de supermercado. Dentro de 40 minutos, apareceram buracos. Após 12 horas, a massa do plástico foi reduzida em 92 mg.
“Se uma única enzima for responsável por este processo químico, deve haver uma forma de reproduzi-la por métodos biotecnológicos”, observou Paolo. “Esta revelação pode ser uma importante ferramenta para nos livrarmos do plástico que se acumula em aterros sanitários e oceanos.
Pelo mundo, estima-se que seja consumido um trilhão de sacolas plásticas todos os anos. O polietileno é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Mesmo quando ele se reduz a pequenas partículas, continua sendo uma ameaça aos ecossistemas.
Os pesquisadores sugerem que é provável que a digestão desta substância pelas traças exija um processo similar ao da cera de abelha.