Alunos dos cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP promoveram uma manhã animada às crianças da Creche Especial Maria Claro, em Sorocaba (SP), no último dia 25. Foi a primeira experiência dos primeiranistas com o trabalho do grupo Pucalhaços, formado por veteranos da instituição.
Vestidos “à caráter”, os alunos conversaram com os pequenos, brincaram e contaram histórias. Mariana Pires Ferreira, primeiranista de Medicina, revela que nunca havia interagido com crianças especiais. “É muito curioso ter esse contato com eles. No começo a gente fica meio travado – nunca lidei com isso -, mas é muito divertido, gostoso de ver a reação deles, bem gratificante. Acima de tudo a gente quer ajudar, e quando vemos a reação no rostinho de cada um, por mais sutil que seja, já faz valer a pena o nosso esforço”, declara.
Mariana César, aluna do 2º ano de Medicina, é veterana do Pucalhaços, mas conta que foi sua primeira visita à Creche Maria Claro. “É fantástico, não tem como ser diferente. É o momento mais verdadeiro, mais puro. E por mais que algumas crianças não esbocem reação de imediato, no fundo a gente sabe que fizemos o bem a eles”.
“É sempre muita rica essa experiência que as crianças têm com pessoas de fora. A linguagem delas é o afeto, e esse afeto é sempre recíproco: faz bem para elas e faz bem para quem as visita. A Creche Maria Claro está de portas abertas para quem quer ter essa vivência singular”, afirma Larissa Corrêa Manoel, coordenadora da entidade.
Antônio Marcos, aluno do 2º ano de Enfermagem, aderiu ao Pucalhaços no ano passado. “É indescritível a sensação de fazer esse tipo de trabalho. Foi minha primeira visita, e é inexplicável ver a alegria no rostinho deles, muito bom”.
A trupe visita entidades filantrópicas, asilos e hospitais da cidade com o intuito de levar um pouco de alegria aos que mais sofrem. E a missão é encarada com muita seriedade: ao ingressar no Pucalhaços, os novo membros passam por dez semanas de capacitação, período no qual aprendem sobre o universo clown e as técnicas de interação com o público, a fim de descobrirem o “eu palhaço”.
“O processo é árduo. Exige dedicação e comprometimento. E ter a oportunidade de colocar em prática tudo o que a gente aprendeu é muito bacana. Durante a capacitação, descobrimos que palhaço não precisa ser alegre o tempo todo. Tem o triste, o mais sério, o ranzinza, mas que não deixa de ser palhaço. E essa capacitação é justamente para isso: descobrirmos o palhaço que existe dentro de nós, seja ele qual for”, acrescenta Marcos.
A Creche Especial Maria Claro é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, mantida pelo Lar Espírita Ivan Santos de Albuquerque, e tem como missão promover a reabilitação e habilitação de crianças e adolescentes com deficiência múltipla, visando a sua inclusão na sociedade. Atualmente, a entidade atende 130 crianças e adolescentes, de um a 16 anos, de baixa renda. Mais detalhes podem ser obtidos no site www.mariaclaro.org.br.