O verão é a época mais propícia ao câncer de pele. Neste período, pessoas vão a praias e clubes e ficam excessivamente expostas ao sol, sobretudo em horários mais críticos como das 10 às 16 horas. “É aí que está o perigo”, alerta a médica dermatologista Lilian Braga, do Instituto Braga, de Sorocaba (SP).
De acordo com a especialista, a radiação solar está presente durante todo o dia – inclusive em tempos nublados -, mas em dias ensolarados ocorre a maior concentração de raios UVB, nocivos à saúde da pele. “Por isso, deve-se evitar a exposição ao sol no período mais crítico que é das 10 às 16 horas. Se a exposição for inevitável, recomenda-se o uso de acessórios como guarda-sol, óculos, chapéu e malhas frescas, além, é claro, do protetor solar que, independente do tom da pele, deve ter fator mínimo de proteção que é FPS 30”, recomenda.
Segundo a dermatologista, pessoas com pele mais clara tendem a queimar e não bronzear. “Pois possuem menor quantidade de proteção natural que é dada pela melanina. Esses indivíduos devem tomar mais cuidado, pois têm um risco maior de desenvolverem alguns tipos de câncer de pele ao longo da vida”. O uso de bronzeadores convencionais, explica a médica, deve ser evitado. “Eles intensificam o efeito do sol, é um risco sobretudo para quem é mais branquinho. Existem, porém, autobronzeadores que não têm relação com a exposição solar e vão, gradativamente, mudando a cor da pele. Esses podem ser usados”, orienta a doutora.
Em geral, reforça Lilian Braga, indica-se protetor com fator mínimo de FPS 30, independente da intensidade do sol. Pessoas de pele mais clara, contudo, devem utilizar filtros de alta proteção – FPS 50 ou mais. “A recomendação é que o produto seja reaplicado a cada quatro horas e sempre após a pessoa entrar na água, pois a margem de proteção fica comprometida.”
Por regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todo filtro solar deve conter, também, fator de proteção para raios ultravioleta A. No rótulo do produto, essa proteção aparece como PPD ou proteção UVA/UVB.
Câncer de pele
É inevitável falar de proteção ao sol sem abordar o problema do câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil e que vem aumentando a incidência a cada ano em função do estilo de vida e do envelhecimento da população.
Cuidados desde a infância são extremamente importantes para que esse cenário mude. Embora a maioria dos casos apresente boa evolução e cura quando tratados precocemente, alguns podem levar à morte se o diagnóstico for tardio. “Ao menor sinal de manchas escuras na pele ou de pintas com bordas irregulares, consulte um médico dermatologista”, alerta Lilian Braga.