O canadense Gilles Chiasson (63) ainda mantém memórias vívidas dos anos em que sua única opção era dormir em praças e calçadas. A experiência de isolamento social o marcou tão intensamente que, hoje, o sentido da sua vida é aquecer o coração de outros desabrigados.
“[Ao contrário do que se acredita], as pessoas não moram nas ruas por não conseguirem pagar suas contas, mas sim porque sentem-se desconectadas da sua família, do seu emprego ou da comunidade em geral”, explica.
Mesmo sem ter habilidade em trabalhos manuais, Gilles criou um grupo de crochê. Toucas, meias e cachecóis são costurados toda semana e doados a quem mais precisa.
“Quero passar a ideia de que estas pessoas não foram esquecidas”, declara. No Canadá, muitas cidades tendem a marcar baixas temperaturas o ano inteiro. Nos meses mais frios, os termômetros registram números negativos. Já no verão, raramente ultrapassam-se os 24º C.
Uma reviravolta bem-vinda
Há quatro décadas, Gilles enfrentava problemas para encontrar seu lugar no mundo. Os contratempos eventualmente o levaram a viver nas ruas por vários meses. Dos seus 22 aos 32 anos, ele não tinha um espaço para chamar de casa: dormia no sofá de amigos, mudando frequentemente de endereço. Sua vida somente mudou após conseguir um emprego e, aos poucos, lidar com os sentimentos negativos que o acompanhavam há tanto tempo.
(Via Montreal Gazette)