Já pensou em correr uma maratona por dia, sem descanso, ao longo de um mês?
Imagine, então, aceitar este desafio quando se tem próteses no lugar das pernas!
Essa é a realidade do soldado americano Rob James (32), que sofreu dupla amputação em 2010, enquanto buscava por minas terrestres durante a Guerra do Afeganistão. Ele perdeu as pernas do joelho para baixo – mas nem isso o desanimou a seguir em frente.
Assim como o lendário personagem Forrest Gump, Rob decidiu “sair para dar uma corridinha”.
O militar iniciou sua jornada em 12 de outubro, em Londres (Inglaterra). De lá, viajou de volta aos Estados Unidos, levando mensagens positivas aos outros veteranos.
Curiosamente, o maior desafio não foi acostumar-se a correr com próteses.
“Difícil mesmo foi dirigir até cada cidade”, revelou Rob, em entrevista à Mel Magazine. Sua mulher dirigia o trailer durante as madrugadas, atravessando estados inteiros. Quando chegavam ao destino, guardavam o veículo em escolas, delegacias ou asilos e seguiam para a agitada rotina das maratonas, começando logo às 7 da manhã.
As próteses de fibra de carbono se ajustam ao corpo usando fricção e sucção. Há, inclusive, opções específicas para usar ao correr, pedalar e caminhar, facilitando a movimentação.
“Não é confortável correr com elas. Não penso ‘quero me sentir confortável, então, vou colocar minhas próteses’. Na verdade, elas são ligeiramente incômodas”, relembrou Rob.
Além de participar das 31 maratonas, ele também aceitou outros desafios de resistência, como o Iron Man.
Durante as competições, Rob reencontrou velhos amigos, além de conhecer novas pessoas. Em San Diego, um garotinho chamado Aaron, com menos de 10 anos, pediu à avó para correr junto ao soldado. Eles percorreram 18 quilômetros juntos.
Naturalmente, houve alguns obstáculos ao longo dos percursos. Em certas cidades, o calor era insuportável – e o suor das pernas de Rob entrava em atrito com as próteses. Em outros lugares, o terreno era irregular e escorregadio, o que o levou a cair e machucar suas costas.
Na sua última maratona, ele foi acompanhado por um grande grupo de pessoas, incluindo sua mulher e sua mãe.
Rob explicou que, muitas vezes, vemos apenas histórias de veteranos que voltam para casa e, infelizmente, não conseguem encontrar seu lugar no mundo. “Queria mostrar que há uma alternativa. Talvez você possa viver uma experiência traumática e tornar-se mais forte.”